A ave e a infância |
Como a criança com olhos rasgados |
Que solta a ave e inventa a canção |
Ou como o azul duma ave em seu voo |
O mundo é lindo, o mundo é bom |
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É lindo o barco que dança nas vagas |
Molhando a vida no amor e no vento |
E que abre ruas de espuma na areia |
Guardando um búzio naquele momento |
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Momento chave na voz do poeta |
A respirar nos jardins da alegria |
Porque transforma a noite que vende |
No desenhado calor do seu dia |
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Dia crescendo sem forma de mágoa |
Porque é o sonho nos olhos em flor |
Onde as manhãs que espreitam a água |
Matam a sede que temos do amor |
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O amor é o sol que se adivinha |
A ave é o céu e a infância é minha |
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Eu não sou mais que uma sombra indecisa |
Que vê brilhar uma estrela no escuro |
E pede ao brilho essa luz que transforma |
Toda a razão do amor que procuro |
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E o que procuro, essa paz nesta guerra |
E nossa lenha nas tristes fogueiras |
E o que eu procuro é dar às crianças |
Jardins de sol na cor das fronteiras |
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Como a criança com olhos rasgados |
Que solta a ave no campo mais fundo |
Ou como o azul da ave em seu voo |
Somos a paz e o amor do mundo |
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O amor é o sol que se adivinha |
A ave é o céu e a infância é minha |
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O amor é o sol que se adivinha |
A ave é o céu e a infância é minha |